Bom vou contar a historia de uma paixão á primeira vista!
Em 1982, ou começo de 83, estava com 18 anos e vi na casa de meu nono uma revista 4 rodas com a reportagem de capa sobre o Cobra Glapac, foi amor á primeira vista, mas era um sonho impossível.
Aquelas formas arredondas não saiam de minha cabeça, mas alguns dias depois em uma festa dos anos 60 vi estacionado na frente do salão um Karmann Ghia champanhe, ao olhar o carrinho foi uma paixão imediata, uma espécie de sublimação de um desejo, pois quem não tem cobra caça com Karmann Ghia!
Fizemos até uma foto ao lado do carro e conversando com o dono, soube que ele venderia.
Aí começa a busca pelo dinheiro, tinha 3 nono e 3 nonas todos vivos, é que como o tio do meu pai não tinha filhos ele foi morar junto e foi criado como tal, alias foi na casa deste tio/nono que vi a revista. O pai de minha mãe, que eu era neto único, era onde eu corria fazer os empréstimos (a casa que moro, foi presenteado por ele quando casei, mas depois de uma bela reforma) falei:
- Nono, o Senhor empresta dinheiro para eu comprar um carro?
- Empresto, mas qual carro é?
- Um Karmann Ghia.
- Xiiiiiiii!!!!!!!!!
Ai acabou o dialogo, ele nunca gostou de carro velho, pois tinha sofrido muito com os ônibus que dirigiu, Fords 32 entre outros, aliás ele tinha um Chevette 82 que vendeu em 2000 mais ou menos, pois começou á dar uns problemas por rodar pouco.
Bom, minha outra solução foi o tio de meu pai pois o meu nono verdadeiro nunca me ajudou em nada, pois tinha me escolhido pra ser o padre da família, titulo que declinei de imediato!
Imagina minha alegria quando ele aceitou fazer o empréstimo!
Dinheiro na mão, fui com um primo e um amigo mecânico ver o Karmann, aquele domingo foi inesquecível.
Pelo valor, ele estava bom. Saímos todos felizes com meu carro novo.
Chegando em casa deixo o meu primo dar uma volta com ele e fico apreciando "MEU" carro, o primeiro que compro com "Meu" dinheiro, mesmo que emprestado e sem juros.
Quando ele sai achei o nome perfeito pra ele! Mankinho, pois a roda trazeira esquerda estava torta e mancava, e ficou Mankinho com K de Karmann.
O dia era chuvoso, aquela chuva molha trouxa, que vai volta fica garoando, mas nada tirava nossa alegria, e fomos os 3 caçar na reserva ecologia de Mombuca, cidade próxima daqui, onde só tinha homens feios, então tínhamos mais chances.
Eu ao volante meu primo de passageiro e o Assalin, mecânico, no banco (?) de traz.
Uma certa hora, como o tempo estava um pouco frio, meu primo pede pra eu fechar o vidro, e respondo que não era do vidro e sim do buraco do assoalho o vento.
Bom foram tantas aventuras que só elas dariam um livro, então vou contar só as mais marcantes!
E sem duvida depois de todas as reformas que fizemos, eu fiz funilaria e pintei ele 2 vezes, restaurei algumas peças que ainda estão nele e depois termino este assunto.
Bom, com ele conheci minha esposa, saíamos em uma estrada que liga Capivari á Monte Mor em noites de trovoadas ver os raios pelo teto solar do carro, alias como entra água nestes carros, conheci pessoas que tiveram eles 0Km e reclamavam deste detalhe dele.
O Mankinho já era parte da família, e em 1984 fui com ele á Piracicaba junto com o nono do empréstimo fazer minha primeira compra de materiais pra eletrônica que iria abrir, ele veio de pernas abertas, mas veio valente, alias ele nunca me deixou na mão, mesmo quando era 6V.
O tempo foi passando as responsabilidades aumentando e em 1988 tiramos um Chevette 0Km dai comecei á sair menos com ele, mas o golpe foi depois do casamento, ele foi colocado em um barracão onde tinha eletrônica, e estava vazio depois da mudança ao prédio novo. Em 1994 compro uma chácara em São Pedro e não ficava mais os finais de semana aqui e no ano seguinte, 1995, aparece uma troca de um terreno que havia comprado, já que casei na mesma cidade por uma casinha.
Feito o negocio em janeiro, a comemoração deve ter sido tão boa que o Leandro nasceria em Setembro, brincadeira ele veio do alto da Serra onde tinha a chácara.
Filho vindo, pensei nunca mais vou ter tempo pra cuidar do Mankinho, até que um grande amigo me procura perguntar sobre um que ele viu no jornal, e ofereço o Mankinho á ele.
Negocio feito em junho de 1995.
Bom o arrependimento não demora muito á chegar depois de alguns anos em 2001 o anticocus ferruginosus começa a cocar de novo e bate a saudade.
Acabei comprando um Jeep Javali, o Frank, de Frankstain, mas faltava um Karmann, que sai á procura, achei um muito ruim e caro, tinha um amigo de São Pedro que era funileiro procurando um carro "estranho" pra gente, pois a Luci também sentia falta dele, fui ver com ele um Gordini que estava desmontado, mas excelente e fecharia negocio se o pai deste meu amigo aceitasse a empreitada de terminar o carro. O Lê não gostou nada da idéia do Gordini.
Ao comentar com um amigo que tinha uma sorveteria lá em São Pedro o filho falou que estavam vendendo uma Puma conversível branca um pouco acima dali, mas disse que não teria dinheiro para tal pois á uns 6 meses já tinha comprado o Frank.
Mas a curiosidade matou o gato e fomos ver.
Ela estava muito boa e já me preparava pra saber que não poderia compra-la.
Quando ele falou o preço fiz cara de espanto e o dono falou que poderíamos negociar, o que achei que estava barato saiu mais barato ainda.
Íamos sair pra experimentar, mas na hora o céu desaba, sou muito ansioso e foi duro esperar o domingo, uma noite nunca tinha demorado tanto pra passar.
Assim a Kiki vem pra casa.
Mas na época da novela Senhora do Destino, que tinha o Galaxie 500 branco a coceira começou de novo, e não é que depois de muito procurar o cara do sorveteria me arruma o Azulão(Landau83)?
Depois de compra-lo o Carlão pede se eu não o ajudaria á vender o Mankinho, puts deu desespero, pois nunca tinha comprado nenhum item de coleção de Karmamm Ghia de tanto que eu e a Luci sofríamos a falta dele.
Mas foi alarme falso e o Carlão desistiu.
Mas passado mais uns 2 anos ele bota á venda mesmo e para recomprar teria que raspar o tacho ou vender a Kiki e o Frank, pois o Azulão o Lê e a Luci nem cogitavam.
Foi em um evento do Galleria em Campinas que os meus amigos do Galaxie Clube me convenceram á recomprar o Mankinho, chegando de lá fiz uma proposta de parcelamento ao Carlão que o aceitou e depois de 11 anos e 13 dias o Mankinho estava de volta á familia.
Quando fomos busca-lo a Luci não conseguia segurar a ansiedade e a felicidade, e olha que ele estava 3 metros de casa no outro lado do quarteirão aqui em frente na casa que fica ao lado da que meu nono morava.
Foi como rever um antigo amigo, uns reparos que eu fiz no quebra sol estavam lá ainda, de cor diferente mas com minhas digitais ainda.
Hj o Lê não cabe mais atrás dele, mas passeamos muito com ele e a Kiki.
Cada um dos carros tem sua personalidade, mas outro dia eu conto!
Em 1982, ou começo de 83, estava com 18 anos e vi na casa de meu nono uma revista 4 rodas com a reportagem de capa sobre o Cobra Glapac, foi amor á primeira vista, mas era um sonho impossível.
Aquelas formas arredondas não saiam de minha cabeça, mas alguns dias depois em uma festa dos anos 60 vi estacionado na frente do salão um Karmann Ghia champanhe, ao olhar o carrinho foi uma paixão imediata, uma espécie de sublimação de um desejo, pois quem não tem cobra caça com Karmann Ghia!
Fizemos até uma foto ao lado do carro e conversando com o dono, soube que ele venderia.
Aí começa a busca pelo dinheiro, tinha 3 nono e 3 nonas todos vivos, é que como o tio do meu pai não tinha filhos ele foi morar junto e foi criado como tal, alias foi na casa deste tio/nono que vi a revista. O pai de minha mãe, que eu era neto único, era onde eu corria fazer os empréstimos (a casa que moro, foi presenteado por ele quando casei, mas depois de uma bela reforma) falei:
- Nono, o Senhor empresta dinheiro para eu comprar um carro?
- Empresto, mas qual carro é?
- Um Karmann Ghia.
- Xiiiiiiii!!!!!!!!!
Ai acabou o dialogo, ele nunca gostou de carro velho, pois tinha sofrido muito com os ônibus que dirigiu, Fords 32 entre outros, aliás ele tinha um Chevette 82 que vendeu em 2000 mais ou menos, pois começou á dar uns problemas por rodar pouco.
Bom, minha outra solução foi o tio de meu pai pois o meu nono verdadeiro nunca me ajudou em nada, pois tinha me escolhido pra ser o padre da família, titulo que declinei de imediato!
Imagina minha alegria quando ele aceitou fazer o empréstimo!
Dinheiro na mão, fui com um primo e um amigo mecânico ver o Karmann, aquele domingo foi inesquecível.
Pelo valor, ele estava bom. Saímos todos felizes com meu carro novo.
Chegando em casa deixo o meu primo dar uma volta com ele e fico apreciando "MEU" carro, o primeiro que compro com "Meu" dinheiro, mesmo que emprestado e sem juros.
Quando ele sai achei o nome perfeito pra ele! Mankinho, pois a roda trazeira esquerda estava torta e mancava, e ficou Mankinho com K de Karmann.
O dia era chuvoso, aquela chuva molha trouxa, que vai volta fica garoando, mas nada tirava nossa alegria, e fomos os 3 caçar na reserva ecologia de Mombuca, cidade próxima daqui, onde só tinha homens feios, então tínhamos mais chances.
Eu ao volante meu primo de passageiro e o Assalin, mecânico, no banco (?) de traz.
Uma certa hora, como o tempo estava um pouco frio, meu primo pede pra eu fechar o vidro, e respondo que não era do vidro e sim do buraco do assoalho o vento.
Bom foram tantas aventuras que só elas dariam um livro, então vou contar só as mais marcantes!
E sem duvida depois de todas as reformas que fizemos, eu fiz funilaria e pintei ele 2 vezes, restaurei algumas peças que ainda estão nele e depois termino este assunto.
Bom, com ele conheci minha esposa, saíamos em uma estrada que liga Capivari á Monte Mor em noites de trovoadas ver os raios pelo teto solar do carro, alias como entra água nestes carros, conheci pessoas que tiveram eles 0Km e reclamavam deste detalhe dele.
O Mankinho já era parte da família, e em 1984 fui com ele á Piracicaba junto com o nono do empréstimo fazer minha primeira compra de materiais pra eletrônica que iria abrir, ele veio de pernas abertas, mas veio valente, alias ele nunca me deixou na mão, mesmo quando era 6V.
O tempo foi passando as responsabilidades aumentando e em 1988 tiramos um Chevette 0Km dai comecei á sair menos com ele, mas o golpe foi depois do casamento, ele foi colocado em um barracão onde tinha eletrônica, e estava vazio depois da mudança ao prédio novo. Em 1994 compro uma chácara em São Pedro e não ficava mais os finais de semana aqui e no ano seguinte, 1995, aparece uma troca de um terreno que havia comprado, já que casei na mesma cidade por uma casinha.
Feito o negocio em janeiro, a comemoração deve ter sido tão boa que o Leandro nasceria em Setembro, brincadeira ele veio do alto da Serra onde tinha a chácara.
Filho vindo, pensei nunca mais vou ter tempo pra cuidar do Mankinho, até que um grande amigo me procura perguntar sobre um que ele viu no jornal, e ofereço o Mankinho á ele.
Negocio feito em junho de 1995.
Bom o arrependimento não demora muito á chegar depois de alguns anos em 2001 o anticocus ferruginosus começa a cocar de novo e bate a saudade.
Acabei comprando um Jeep Javali, o Frank, de Frankstain, mas faltava um Karmann, que sai á procura, achei um muito ruim e caro, tinha um amigo de São Pedro que era funileiro procurando um carro "estranho" pra gente, pois a Luci também sentia falta dele, fui ver com ele um Gordini que estava desmontado, mas excelente e fecharia negocio se o pai deste meu amigo aceitasse a empreitada de terminar o carro. O Lê não gostou nada da idéia do Gordini.
Ao comentar com um amigo que tinha uma sorveteria lá em São Pedro o filho falou que estavam vendendo uma Puma conversível branca um pouco acima dali, mas disse que não teria dinheiro para tal pois á uns 6 meses já tinha comprado o Frank.
Mas a curiosidade matou o gato e fomos ver.
Ela estava muito boa e já me preparava pra saber que não poderia compra-la.
Quando ele falou o preço fiz cara de espanto e o dono falou que poderíamos negociar, o que achei que estava barato saiu mais barato ainda.
Íamos sair pra experimentar, mas na hora o céu desaba, sou muito ansioso e foi duro esperar o domingo, uma noite nunca tinha demorado tanto pra passar.
Assim a Kiki vem pra casa.
Mas na época da novela Senhora do Destino, que tinha o Galaxie 500 branco a coceira começou de novo, e não é que depois de muito procurar o cara do sorveteria me arruma o Azulão(Landau83)?
Depois de compra-lo o Carlão pede se eu não o ajudaria á vender o Mankinho, puts deu desespero, pois nunca tinha comprado nenhum item de coleção de Karmamm Ghia de tanto que eu e a Luci sofríamos a falta dele.
Mas foi alarme falso e o Carlão desistiu.
Mas passado mais uns 2 anos ele bota á venda mesmo e para recomprar teria que raspar o tacho ou vender a Kiki e o Frank, pois o Azulão o Lê e a Luci nem cogitavam.
Foi em um evento do Galleria em Campinas que os meus amigos do Galaxie Clube me convenceram á recomprar o Mankinho, chegando de lá fiz uma proposta de parcelamento ao Carlão que o aceitou e depois de 11 anos e 13 dias o Mankinho estava de volta á familia.
Quando fomos busca-lo a Luci não conseguia segurar a ansiedade e a felicidade, e olha que ele estava 3 metros de casa no outro lado do quarteirão aqui em frente na casa que fica ao lado da que meu nono morava.
Foi como rever um antigo amigo, uns reparos que eu fiz no quebra sol estavam lá ainda, de cor diferente mas com minhas digitais ainda.
Hj o Lê não cabe mais atrás dele, mas passeamos muito com ele e a Kiki.
Cada um dos carros tem sua personalidade, mas outro dia eu conto!
Luiz Quibao Jr
6 comentários:
Parabéns pela iniciativa do blog, gostei demais da história. Aliás, por onde você andava que ainda não tinha aparecido na blogosfera? Tem tudo para permanecer e alegrar ainda mais a vizinhança.
Obrigado pelo link dos favoritos. Abs.
Quibao,
Uma verdadeira declaração de amor!
Exatamente o que sentimos pelos antigos.
Parabéns!
abraço
Do irmão
Marcelo Senteio
Quibão,
Gostei muito da história, legal ver essa paixão que sentimos dos antigos, me emocionou a lágrima quase saiu, conhecer o Mankinho pessoalmente me faz mais alegre por vc tê-lo de volta
parabéns, é um excelente carro, e bem cuidado
abração
Galdino
Agradeço as palavras dos amigos, nossos filhos de lata tem esta capacidade de nos levar á lugares e conhecer pessoas que só nos engrandecem.
Abraços
Que belíssima história!
Não adianta a gente querer fugir: o que tem que ser nosso, será!
Grande abraço!
Delgado
Mais um causo, verdadeiro e bem contato do Quibao, o homem que mostra histórias com o coração!
Abraços,
Portuga Tavares
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