quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Porque não compro mais FIAT

Em 1992 a Fiat quebra paradigmas (alguns apenas) e lança o belo Fiat Tempra. Naquele momento haviam duas opções, os chamados Tempra Prata ou Tempra Ouro, com alguns diferenciais de acabamento apenas, já que os Prata vinham completamente equipados. E eu adquiri um Fiat Tempra Prata 0Km. Acho que, de todos os carros que tive, esse foi o pior pesadelo. Não vou conseguir me lembrar de tudo o que veio quebrado e foi consertado. Ou o que quebrou, foi consertado e tornou a quebrar, pois a lista é imensa, mas vou tentar puxar pela memória.

O Prata vinha com um belo rádio toca-fitas, de uma marca famosa que não me lembro agora. E, nesse ano, vinha com uma lanterna (painel antigo) que ficava encaixada no porta-luvas também. Só que o rádio não sintonizava nenhuma estação FM e muito mal algumas AM. Esse foi o primeiro defeito: o cabo da antena. Tiveram que desmontar o forro do teto para trocar o cabo da antena. O segundo defeito? A antena, constataram depois, por incrível que pareça, que também foi trocada.

Bem, melhor apenas listar os defeitos porque senão esse post se tornaria uma enciclopédia:

- Bóia do tanque de gasolina quebrada;

- Revestimento da porta do passageiro dianteiro que descolou;

- Revestimento da porta do motorista que descolou;

- Trava elétrica da porta do passageiro dianteiro que enlouqueceu, abrindo e fechando, abrindo e fechando;

- Trava elétrica da porta do passageiro traseiro do lado direito que também enlouqueceu, abrindo e fechando, abrindo e fechando; trocada, tornou a apresentar o defeito e foi trocada novamente;

- Diversas lâmpadas daquelas enormes (e bonitas) lanternas traseiras que insistiam em queimar, uma atrás da outra;

- Marcador do nível de combustível que parou de funcionar;

- Bóia do tanque de gasolina quebrada novamente;

- O sistema de regulagem de altura do volante que fazia muito barulho, foi desmontado várias vezes, até uma última vez quando o mecânico comentou (sempre acompanhei ou procurei saber sobre os serviços executados) que colocou uma porca adicional para que a porca principal pegasse novo pedaço de rosca no prisioneiro, pois a rosca havia espanado. Daí em diante me conformei e decidi ficar com o barulho;

- Recall de um pequeno tubo na linha de combustível ou vapores, não me lembro bem;

- Alto consumo de óleo a ponto de sempre levar um litro de reserva no porta-malas para completar após pequenas viagens e fazer o caminho de volta. E era um óleo especial da Fiat, Selenia ou algo assim, mais caro;

- O carro (com carburador) simplesmente não pegava com o motor quente. Estava sempre afogado e era necessário pressionar e manter o pedal do acelerador no fundo enquanto fazia o motor de arranque, coitado, girar, até o motor conseguir acordar com aquele cheiro de gasolina momentâneo, mais o cheiro de ovo podre que exalava pelo escapamento, provavelmente pelo encharcamento e inutilização do catalizador;

- O freio dianteiro começou a emitir um ronco grave, de baixa ressonância. Foram trocados os dois discos dianteiros e a ressonância parou por pouco tempo. Trocado novamente, desta vez juntamente com as pinças, quando vendi o carro a ressonância foi como um acessório não desejado ao novo proprietário;

- Vazamento na carga de gás do ar-condicionado;

- Certa vez, retornando de Três Corações - MG, onde morava minha irmã, peguei um buraco na Fernão Dias. Não um grande buraco, mas um pequeno buraco. E com a roda traseira, pois consegui desviar a dianteira do carro, já que não estava em alta velocidade; O volante imediatamente, para que o carro andasse em linha reta, precisava agora estar girado 1/4 de volta. No alinhamento que fiz no dia seguinte foi constatado que houve danos naqueles frágeis braços da suspensão traseira;

- Alto consumo (de gasolina e óleo de motor) e baixo desempenho, esse é o meu lema, me dizia sempre aquele carro!

- E tantas outras coisas que não me lembro agora ...

Vendi esse Tempra com 27 mil quilômetros rodados, ou seja, tudo o que relatei e mais o que não me lembro agora ocorreu em um carro novo, sem desgastes pelo uso.

Para não dizer que não dei uma segunda chance à Fiat, adquiri no ano seguinte, um Uno Mille Electronic 93 0Km. Então tinha ambos em minha garagem. O Uno foi (e deve ser até hoje) um excelente carro, sem dúvida. Foi o primeiro carro 0Km de minha mulher. Honesto, robusto e durável. Ainda não sei até hoje qual andava mais, se meu Tempra ou meu Mille.

E a Fiat não sabe porque não conseguiu emplacar um sedã médio depois disso? Como o Marea, um fracasso de vendas e o Punto de porta-malas ... como se chama mesmo? ... Línea acho. Eu sei porque e não pretendo ajuda-la em nada nessa questão. Penso que carros Fiat pequenos e sem muitas frescuras eletrônicas vão bem. Mas se os carros dessa montadora são ou se parecem com o Tempra Prata que tive, mamma mia!

A propósito, tenho dupla cidadania, a brasileira e a italiana, e embora a princípio devesse honrar a raça, como fazem os japoneses com seus Hondas e Toyotas, embora atualmente alguns estejam migrando para a Hyundai (sic), prefiro deixar essa questão de sangue pra lá, deixando a Fiat pra lá.

2 comentários:

Mayane disse...

Também tenho dupla cidadania, por isso prefiro a Ferrari!!!

hehehehe

Anônimo disse...

Ah, mas eu tenho muito mais histórias do que você pra contar sobre meu carro. Tenho um Marea, e costumo dizer que esse tipo de carro tem dois tipos de compradores: O que gosta do modelo e o otário. Claro que eu estou na segunda opção. Comprei mesmo ouvindo dezenas de comentários negativos. Mas ninguém dos que comentaram negativamente tinha tido um Marea, então... resolvi seguir o conselho do único que tinha tido um, e me disse ser um bom carro. Acho que o dele deve ter sido o único. Em tres anos com o meu já gastei quase o que paguei nele, apenas em manutenção preventiva e corretiva. E antes que apareça alguém dizendo que não cuido do meu carro, as oficinas onde levei pra fazer as menutenções foram: Alfamar e Step Car. Ambas uma lástima.